Santos: pior que perder para o Vasco, é perder para Fábio Carille de virada

Depois de três semanas de treinamentos, com tempo suficiente para corrigir erros e aprimorar o sistema de jogo, o Peixe entrou em campo e apresentou um futebol abaixo do esperado. A sensação de frustração é inevitável, pois o time mostrou os mesmos problemas defensivos que assombraram a equipe no Campeonato Paulista.

O primeiro tempo até começou promissor. O Santos aproveitou um erro do Vasco e abriu o placar com Álvaro Barreal, que fez sua estreia como titular substituindo Neymar e, mesmo com essa dura responsabilidade, correspondeu com um bom desempenho. O gol, após assistência de Tiquinho Soares, deu a impressão de que a equipe poderia controlar o jogo, mas a vantagem durou apenas até o intervalo. Em vez de continuar pressionando e tentar forçar o erro da defesa do adversário, Caixinha preferiu recuar o time e deu campo para o Vasco, uma estratégia que acabou custando caro.

Então, mais uma vez, os erros defensivos voltaram a ser protagonistas. No primeiro gol do Vasco, Zé Ivaldo não conseguiu interceptar a bola, e Gil se abaixou na hora do cabeceio de Nuno Moreira, deixando o goleiro Gabriel Brazão vendido no lance. Pouco tempo depois, mais uma falha: Vegetti, o jogador mais perigoso dentro da área, subiu sem marcação para virar o jogo. De novo, a defesa do Santos apenas assistiu o adversário definir o placar.

Além da defesa, o meio-campo foi pouco criativo e não conseguiu dar suporte para o ataque. Rollheiser demonstrou vontade, mas teve um desempenho abaixo do esperado, perdendo muitas bolas e errando na recomposição. No entanto, o grande destaque negativo foi Guilherme. O atacante fez uma partida desastrosa, errando praticamente tudo o que tentou e não sendo útil nem ofensiva nem defensivamente. Foi, sem dúvidas, o pior jogador em campo.

Sei que é duro, mas apesar da derrota, acredito que a torcida precisa ter paciência com o trabalho de Pedro Caixinha. O treinador ainda está implementando sua filosofia e precisa de tempo para ajustar o time. Visivelmente, o Santos já mostrou alguns lampejos de qualidade, especialmente na jogada do gol. A estreia dos reforços também dá esperança de que, com mais entrosamento, o time possa evoluir. No entanto, não há como negar que o resultado em São Januário foi muito amargo. Após tanto tempo de preparação, o mínimo que se esperava era um desempenho mais consistente e um time que conseguisse controlar melhor o jogo.

Pior que perder para o Vasco, é perder para Fábio Carille e de virada. No ano passado, enquanto o time jogava a segunda divisão aos comandos dele próprio, o Santos não conseguiu virar sequer um jogo. Por isso, essa derrota é ainda mais amarga.

O Santos volta a campo no domingo, dia 6 de abril, quando enfrenta o Bahia na Vila Belmiro pela 2ª rodada do Brasileirão.

Créditos Foto: Raul Baretta