Cléber Xavier no Santos: uma aposta de alto risco
- Adalton Bonaventura

- 29 de abr.
- 2 min de leitura
O Santos tem novo treinador: Cléber Xavier. E antes de qualquer coisa, é preciso deixar uma coisa muito clara — o Santos Futebol Clube não é laboratório. Nunca foi. Muito menos nesse momento delicado, de reconstrução após o maior vexame da nossa história.
Cléber Xavier tem currículo. Não dá pra negar. Foram mais de duas décadas ao lado de Tite, como braço direito em clubes grandes e na Seleção Brasileira. Conquistou praticamente tudo como auxiliar: Copa do Brasil, Brasileiros, Libertadores, Mundial e até Copa América. Mas há uma diferença brutal entre ser auxiliar técnico e ser o comandante de um clube como o Santos. São funções diferentes, pressões diferentes, posturas diferentes.
Ele nunca foi técnico profissional. Nunca dirigiu uma equipe sequer num jogo oficial como treinador principal. E agora, seu primeiro desafio será justamente o Santos, no meio de uma temporada cruel, com pressão sufocante, ambiente político conturbado e elenco em reconstrução. É muito para um estreante. É arriscado demais.
O Santos não pode ser o primeiro estágio de ninguém. Não agora. Não depois de cair. Não depois de tantos erros acumulados. A escolha por Cléber é mais uma aposta — e o problema é que estamos cansados de apostas. Diniz, Bustos, Lisca, Aguirre, Paulo Turra... a lista de decisões mal pensadas nos últimos anos é enorme. E se essa também der errado, entra direto na conta dessa gestão.
Dito isso, não vamos torcer contra. Jamais. Somos Santos. Vamos apoiar, vamos dar tempo, vamos tentar criar um ambiente mais saudável — porque o clube precisa, porque a instituição é maior que tudo. Cléber Xavier é trabalhador, estudioso, experiente nos bastidores do futebol. Merece respeito e merece a chance de mostrar que pode surpreender.
Mas que fique registrado: essa decisão é perigosa. E, se não funcionar, será mais um capítulo triste escrito por quem parece não entender o peso do Santos.
Que dê certo. Porque, se der errado, o preço pode ser alto demais. E o Santos já sofreu demais.
Crédito - Thais Ribeiro / CBF









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