Um Corinthians desnorteado
- JC Bicudo

- 21 de jul.
- 2 min de leitura
Uma análise mais profunda da derrota do Corinthians para o São Paulo, destacando que os problemas do Timão vão muito além das carências de elenco e questões políticas. A crítica central recai sobre as decisões táticas da comissão técnica e o desempenho dos jogadores, que, em vez de mitigar as dificuldades pré-existentes, acabaram por criar novos obstáculos.
Erros táticos e falta de competição
Decisões questionáveis que impactaram diretamente o desempenho do time, foram a escolha do meio de campo inicial com Breno Bidon, André Carrillo e Rodrigo Garro e a improvisação de Félix Torres na lateral-direita. Na visão da comissão técnica do Timão esta formação ia poder competir contra um adversário como o São Paulo, mas foi vista como irreal.
A principal falha apontada foi a falta de encaixe na marcação da saída de bola do adversário. Ao tentar pressionar, o time era facilmente batido, permitindo que o São Paulo criasse uma superioridade numérica no meio-campo e controlasse o jogo com muita facilidade.
Com esta tática inicial, mostrou uma falta de organização e sincronia na marcação, permitindo que o adversário ditasse o ritmo e as ações ofensivas.
Em entrevista no final do jogo, o técnico Dorival Júnior falou que faltou "energia" e "competição" dos jogadores, mas o grande problema não se resume à entrega individual, mas sim é fundamentalmente tático. A ausência de uma estratégia clara para anular o adversário não só no meio-campo, bem como na saída de bola.
Substituições questionáveis
As trocar realizadas no intervalo, especialmente a saída de Memphis Depay, embora o camisa 10 holandês possa ter deixado a desejar em intensidade, a principal jogada ofensiva do Corinthians no primeiro tempo veio dos seus pés.
Questiona-se a lógica de tirar um dos "melhores talentos individuais" do time, especialmente com poucas opções empolgantes no banco. A única justificativa aceitável
seriam razões internas desconhecidas.
Para piorar ainda mais o clima do clube, a atitude de intempestiva do camisa 10 de sequer permanecer no banco de reservas no segundo tempo faz levantar dúvidas sobre o profissionalismo e o comprometimento do jogador, adicionando uma camada de complexidade aos problemas do Corinthians.
Rendimento ofensivo e pressão crescente
O Corinthians permaneceu apático no segundo tempo, evitando uma goleada maior apenas porque o São Paulo diminuiu o ritmo.
A ausência de Yuri Alberto é reconhecida, mas o mal rendimento ofensivo não pode ser atribuído apenas a isso. Diferentemente de outros jogos, o problema não foi a falta de pontaria, mas sim a incapacidade do time de criar jogadas de perigo. Isso aponta para uma falha sistêmica na construção ofensiva, sem alternativas claras para gerar oportunidades de gol.
Com clássicos importantes e jogos difíceis pela frente, o Corinthians se vê desnorteado e sob intensa pressão. A equipe precisa de uma reação rápida para evitar uma nova crise, que parece iminente diante do cenário atual.
A situação é grave e exige uma mudança drástica para que o Corinthians possa competir e evitar um aprofundamento da crise.
Créditos foto - Rodrigo Coca / Agência Corinthians









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