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Treinadores brasileiros precisam trabalhar mais e reclamar menos

Ao criticar os técnicos estrangeiros que atuam no Brasil, Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira só ajudaram a explicar como os treinadores brasileiros estão desatualizados no mundo do futebol. Ao tentar defender os colegas nacionais, os dois ex-treinadores deixaram de analisar os reais problemas.


Não é de hoje que muitos clubes apostam em profissionais de fora do país. E isso não é mero acaso. Abel Ferreira tem seu nome marcado na história do Palmeiras com um trabalho muito elogiado, com vários títulos. Jorge Jesus até hoje é lembrado por torcedores do Flamengo, chegando até a ser cotado para assumir a seleção brasileira, para citar dois exemplos recentes.


Na atual edição do Brasileirão nove dos 20 times da Série A são comandados por técnicos de outras nacionalidades, sendo quatro equipes que estão entre os oito primeiros (Palmeiras, Cruzeiro, Botafogo, Fluminense e São Paulo, com Atlético-MG, Internacional. Santos e Fortaleza complementando a lista).


Por outro lado, é cada vez mais raro vermos profissionais nacionais atuando em destaque no cenário europeu. A única exceção é Sylvinho, que vem fazendo um bom trabalho no comando da seleção da Albânia. Nem mesmo Tite, com duas Copas do Mundo no

currículo, conseguiu vaga em um clube da Europa.


Não por acaso, a CBF não mediu esforços para contratar Carlo Ancelotti para assumir a seleção brasileira. Essa escolha não é sem motivo, mas sim um conjunto de fatores que precisa de trabalho para ser revertida.


Pressão nos treinadores brasileiros


Algo que joga contra os profissionais do Brasil é a constante situação de estar sempre na corda bamba. O cenário onde um tropeço pode custar o cargo e isso muitas vezes faz com que os técnicos sejam conservadores em suas escolhas. Ao invés de ter respaldo para um trabalho de médio / longo prazo, eles acabam precisando jogar por seu emprego a cada rodada.


Isso não acontece com os estrangeiros, tanto pelo apoio da torcida como por conta das multas rescisórias altas, que muitas vezes “protegem” esse treinadores.


Brasil pode voltar a ter destaque no cenário mundial?


No passado técnicos brasileiros eram bem cotados no futebol europeu. Luxemburgo chegou a comandar o Real Madrid enquanto Felipão trabalhou no Chelsea, além da seleção de Portugal. Além disso, estrangeiros atuando no Brasil foram contratados ou especulados em clubes da Europa, casos de Bruno Lage, Vítor Pereira, Sampaoli e Abel Ferreira.


Isso mostra que um treinador atuando no futebol nacional pode conseguir chamar atenção de fora equipes de fora do país. Mas para isso é necessário que o técnico mostre repertório, seja alguém dedicado, estude, saia do “lugar comum”.


Alguns nomes chegaram a dar impressão de renovação no mercado de técnicos nos últimos anos, mas vários acabaram se rendendo a pressão já citada no Brasil, sem conseguir se firmar entre os principais nomes no futebol nacional.


A expectativa atual é em relação a Filipe Luís, treinador do Flamengo. Apesar da curta carreira, ele já é acompanhado por clubes de fora do país, como o Fenerbahçe, que chegou a fazer proposta formal para ele substituir José Mourinho.

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