Botafogo 0 x 3 Calendário

Assistindo ao jogo do Botafogo na última quarta-feira (11), ouvi dizer que o adversário estava há um mês se preparando para a Copa Intercontinental e não fazer uma reflexão do impacto do nosso calendário nacional na preparação do Glorioso é de uma frieza clubista intensa.

Em condições iguais o Pachuca seria um adversário “normal” para qualquer clube brasileiro. Mas o calendário e a maratona de jogos que os times do país são submetidos a jogar durante o ano é surreal.

Aqui vale parênteses, já que essa situação é conivente com os clubes e federações, que aceitam este calendário nacional. 

No caso do Botafogo, foi uma sequência de jogos e decisões intensas: a final da Libertadores na Argentina, os jogos decisivos no Brasileirão, a comemoração, às 15 horas de viagem, as noites mal dormidas, o fuso horário...

Este conjunto de situações impactou no desgaste e na preparação mínima desejável para a competição e fez o Botafogo não avançar na competição com os campeões de outros países.

O calendário nos mostrou o impacto e a cruel realidade de que os clubes da América do Sul estão muito menos preparados.

Como parâmetro, o Botafogo antes do jogo tinha completado 75 jogos durante o ano, enquanto seu adversário fazia sua 49ª partida do ano.

O que esperar em 2025?

Para o ano de 2025 teremos os campeonatos estaduais, Copa do Brasil, Brasileirão, Copa Sul-Americana, Copa Libertadores, Mundial de Clubes, Eliminatórias da Copa e provavelmente a Copa Intercontinental.

Várias competições punem os clubes que se dão bem, este é o caso do Botafogo, que ofereceu ao país o melhor do futebol neste ano, e nos faz refletir.

Há anos se fala sobre o calendário do futebol brasileiro, não sei se é falta de coragem, mas se quisermos ser novamente protagonistas do futebol mundialmente, as federações e a CBF terão que romper e mudar a mentalidade para alguns paradigmas futebolísticos no Brasil.

O último título mundial da América do Sul foi em 2012, quando o Corinthians bateu o Chelsea. Depois disso nenhum clube sul-americano chegou à final contra um clube da Europa e já se passaram seis edições.

Por mais que torcemos pelo sucesso de um clube brasileiro no próximo Mundial de Clubes, as previsões não são otimistas, vendo o cenário conforme o calendário brasileiro.

Como disse o jornalista Benjamin Wright: O futebol é uma caixinha de surpresas...tudo pode....

Créditos Foto - Vitor Silva / Botafogo